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sexta-feira, 2 de maio de 2025

Empresa de Cristiano Ronaldo despede fotojornalistas e gera indignação do Sindicato

Despedimento coletivo atinge profissionais de órgãos como Correio da Manhã, Record e Sábado

O grupo Medialivre, detido maioritariamente por Cristiano Ronaldo, está no centro de uma polémica após anunciar um despedimento coletivo direcionado aos seus fotojornalistas. A medida, que afetará diretamente publicações como o Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios e a revista Sábado, foi classificada como “inqualificável” pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ).

A decisão foi tornada pública na véspera do Dia do Trabalhador, o que causou ainda mais indignação entre os profissionais do setor. Segundo o SJ, trata-se de um gesto de profundo desrespeito para com os trabalhadores, especialmente considerando que o grupo Medialivre é um dos poucos em Portugal com resultados financeiros positivos.


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Sindicato denuncia falta de diálogo e urgência no processo

De acordo com o comunicado emitido pelo SJ, os fotojornalistas foram notificados de forma abrupta, “como um facto consumado”, sem qualquer espaço para diálogo ou negociação. Pelo menos dez profissionais foram informados da dispensa numa sequência apressada de reuniões, algumas realizadas enquanto os trabalhadores se encontravam de folga ou férias.

O despedimento de jornalistas é grave o suficiente, ainda por cima num grupo que diz dar lucro, para dispensar a diatribe insultuosa de o comunicar na véspera do 1 de Maio”, sublinha o SJ, que acusa a administração de estar a asfixiar a linguagem fotográfica no jornalismo.

Mais um golpe na fotografia jornalística portuguesa

O sindicato alerta que este processo configura “mais uma estocada profunda na fotografia”, uma área essencial da comunicação jornalística que, segundo acusa, está a ser sistematicamente “levada à morte por administradores e diretores das empresas de media”.


Apesar de o grupo Medialivre se apresentar como economicamente sólido, a decisão de avançar com este corte de recursos humanos levanta dúvidas sobre o compromisso com a qualidade editorial e o respeito pelos seus colaboradores.

O SJ afirma que vai contestar esta medida por todas as vias legais e sindicais, apelando à mobilização de todos os profissionais da comunicação para defenderem os direitos dos jornalistas e a dignidade da profissão.

Futuro incerto para os profissionais dispensados

Os fotojornalistas afetados enfrentam agora um futuro incerto, num setor já fortemente precarizado e em constante transformação. A ausência de diálogo e de alternativas viáveis torna este episódio mais uma demonstração da crescente fragilidade da profissão jornalística em Portugal.

Este despedimento coletivo traz novamente à tona a discussão sobre a valorização do jornalismo visual e a necessidade urgente de políticas que defendam os direitos laborais no setor dos media.

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