Madeirenses revoltados por pancadaria em futebol de juniores em Santo António

Violência em jogo de juniores choca o futebol madeirense: “Este é um momento triste para o nosso desporto”

Incidente entre mãe de jogador e atleta adversário levanta questões graves sobre civismo, ética e segurança no futebol juvenil regional

Confusão, ameaças e invasão de campo em Santo António

O que deveria ser uma simples partida de futebol de formação entre o CF Andorinha e o CS Marítimo 'B', no Campo do Andorinha, em Santo António, transformou-se num episódio lamentável de violência e descontrolo. Durante o jogo, registou-se uma invasão de campo e até uma alegada ameaça com um machado, protagonizada por um dos presentes.

“Gravíssimo”: Presidente da AFM reage com firmeza

O presidente da Associação de Futebol da Madeira (AFM), Rui Coelho, não escondeu a sua indignação. Em declarações públicas, classificou os acontecimentos como “gravíssimos” e garantiu que a associação irá “levar o caso até às últimas consequências”.

“A partir do momento em que se assiste a agressões e invasão de campo, estamos a falar de um crime. Isto não é responsabilidade da AFM, é responsabilidade das autoridades competentes”, frisou o dirigente.

Falta de civismo parental preocupa autoridades desportivas

Rui Coelho apontou ainda o dedo a alguns encarregados de educação. “Há pais que não se sabem comportar. Se não conseguem assistir aos jogos com respeito, talvez seja melhor não os verem jogar. Nem todos os filhos vão ser Ronaldos”, afirmou, pedindo mais responsabilidade e civismo.

Segundo o presidente da AFM, “os pais precisam de refletir”. Lamentou ainda a possibilidade de, no futuro, se realizarem jogos à porta fechada: “Se há pessoas que não se sabem comportar, então têm que arcar com as consequências”.

AFM promete ação disciplinar e cooperação com o Ministério Público

Rui Coelho garantiu que a AFM acompanhará de perto o processo, mas que a investigação e eventual responsabilização criminal cabem às autoridades, incluindo o Ministério Público. Ainda assim, a associação poderá aplicar medidas disciplinares, como a interdição da mãe envolvida de entrar em recintos desportivos.

Comunicado oficial da AFM: sete pontos cruciais

Horas após os acontecimentos, a direção da AFM divulgou um comunicado oficial, em que:

• Repudia qualquer forma de violência em jogos de formação.
• Reconhece que o problema é de civismo transversal à sociedade.
• Defende que o caso ultrapassa as competências da associação.
• Lembra que a falta de policiamento resulta da legislação nacional em vigor.
• Refere que está em aprovação um novo Regulamento de Prevenção da Violência.
• Saúda as posições públicas dos clubes envolvidos e o seu repúdio pelas agressões.
• Apela aos pais para agirem com educação e responsabilidade.

Momento de reflexão para o futebol madeirense

Para Rui Coelho, “este é um momento triste para o futebol madeirense”. A violência, longe de promover o desporto, coloca em risco o trabalho desenvolvido nos escalões de base e ameaça o futuro de jovens atletas. “Espero sinceramente que este seja um momento de reflexão para todos os que fazem parte do futebol”, concluiu.