Peças valiosas recuperadas pela PSP estavam depositadas sobre um muro nos Canhas
PORTO MONIZ, MADEIRA — Numa reviravolta quase mística, o ouro das saloias furtado da paróquia de Santa, no Porto Moniz, por ocasião das celebrações do Dia do Espírito Santo, foi recuperado pela PSP. O caso, que abalou a comunidade local e gerou consternação entre os fiéis, parece ter encontrado um desfecho tão inesperado quanto enigmático.
As peças de ouro, símbolo tradicional das festividades religiosas madeirenses, foram encontradas ontem, nos Canhas, cuidadosamente depositadas sobre um muro, sem qualquer sinal de dano ou urgência. A Polícia de Segurança Pública foi alertada e recolheu os bens, garantindo que os mesmos serão devolvidos à paróquia de Santa, de onde tinham desaparecido pouco antes de 15 de maio.
Furto durante o Espírito Santo causou perplexidade
O desaparecimento das coroas tradicionais das saloias foi notado no dia da celebração do Espírito Santo, deixando a comunidade em choque. A ausência dos objetos durante a procissão gerou perplexidade entre os paroquianos, habituados à presença destas relíquias religiosas nas celebrações anuais.
A Diocese do Funchal reagiu com preocupação. O Bispo D. Nuno Brás foi claro ao afirmar que os responsáveis pelo furto devem ser levados à justiça, reforçando a gravidade da violação do património eclesiástico e cultural da região.
Padre mantém-se em silêncio sobre o caso
As paróquias do concelho do Porto Moniz são geridas pelo padre António Paulo, cuja ausência de declarações desde o incidente tem gerado descontentamento entre os fiéis. Segundo informações apuradas, o sacerdote não respondeu às várias tentativas de contacto feitas pela imprensa.
Apesar da recuperação dos bens, a PSP mantém as investigações em curso para determinar quem foram os autores do furto e em que circunstâncias o ouro apareceu misteriosamente nos Canhas. O caso permanece em aberto, mas a recuperação dos objetos sagrados traz um certo alívio à comunidade local.
Um “milagre” ou encenação?
Em tom de murmúrio pelas ruas da freguesia, muitos questionam se o reaparecimento das peças poderá ter um cunho “sobrenatural” ou se tudo não passou de uma manobra para desviar atenções. Certo é que, para os crentes e devotos, o regresso do ouro das saloias representa mais do que um simples desfecho — é um sinal de que a fé permanece inquebrantável.
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