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sábado, 21 de junho de 2025

Sancho Gomes e Rui Abreu celebram Dia da Região na Venezuela

Viagem oficial decorre entre 23 de junho e 2 de julho e contempla visitas a cinco cidades venezuelanas onde vivem milhares de madeirenses.

Governo Regional reforça laços com comunidades madeirenses na Venezuela

O diretor regional das Comunidades, Sancho Gomes, e o chefe de gabinete do Presidente do Governo Regional da Madeira, Rui Abreu, estarão na Venezuela entre os dias 23 de junho e 2 de julho, numa missão que visa celebrar o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses.

A visita oficial incluirá passagens por Caracas, Barquisimeto, Valência, Maracay e Los Teques, onde reside uma das maiores comunidades da diáspora madeirense. O objetivo central é homenagear o contributo social, económico e histórico dos emigrantes e reforçar os laços institucionais com estas populações.

Agenda marcada por encontros, homenagens e diagnósticos locais

Durante a visita, a comitiva governamental irá participar em encontros com associações madeirenses, conselheiros das comunidades, empresários locais, e representantes diplomáticos e consulares. Também será feita uma avaliação da situação socioeconómica atual vivida pelos madeirenses na Venezuela, país que continua a atravessar uma grave crise política, económica e humanitária.

Entre os objetivos, está o reforço do apoio institucional à diáspora, promovendo o reconhecimento daqueles que, apesar das dificuldades, continuam a preservar os valores e a cultura madeirense em solo estrangeiro.

Críticas à viagem: luxo para poucos e esquecimento dos mais necessitados?

Apesar da importância simbólica da visita, muitos luso-venezuelanos criticam a iniciativa, considerando-a uma ação de visibilidade política que pouco ou nada beneficia os mais necessitados.

Segundo algumas vozes da comunidade, estas visitas oficiais decorrem apenas nos clubes frequentados por elites madeirenses na Venezuela, excluindo aqueles que enfrentam sérias dificuldades no acesso a alimentos, saúde ou documentação legal.

Além disso, há quem sublinhe que não existem voos diretos entre Portugal e Venezuela, o que torna ainda mais dispendiosa e logística esta deslocação. Enquanto isso, milhares de venezuelanos com origens madeirenses continuam sem conseguir renovar passaportes ou obter vistos para poder regressar temporariamente à sua terra natal.

Outros apontam para o alto custo financeiro destas visitas, em contraste com a falta de investimento em programas de apoio efetivo para os madeirenses em situação vulnerável no estrangeiro.

Madeirenses da Venezuela regressam... para depois voltar a emigrar

Com a crise venezuelana a arrastar-se há anos, muitos madeirenses e seus descendentes têm procurado refazer as suas vidas na Madeira. Contudo, deparam-se com um mercado de trabalho limitado e com a falta de oportunidades reais de integração.

Essa realidade leva vários deles a emigrar novamente para países como Espanha, Estados Unidos ou Reino Unido, em busca da estabilidade que não encontram nem na Venezuela nem na Madeira.

Esta situação complexa levanta a questão: será que estas visitas oficiais devem ser repensadas e reorientadas para garantir um impacto mais justo e eficaz?

A celebração do Dia da Região na Venezuela é, sem dúvida, um gesto simbólico de grande valor histórico e cultural. No entanto, fica o apelo para que estas iniciativas se traduzam em apoios reais para todos os membros da diáspora, independentemente da sua condição económica.

Mais do que visitas protocolares, os madeirenses da Venezuela esperam respostas concretas, soluções inclusivas e representação efetiva junto das instituições regionais.

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