Decisão judicial abala a região com condenações que vão dos 3 aos 9 anos de cadeia
O tão aguardado megaprocesso de tráfico de heroína e drogas sintéticas na Madeira, que levou 28 suspeitos a julgamento, chegou finalmente ao fim esta tarde, com uma decisão que promete marcar a justiça regional. O coletivo de juízas responsável pelo caso anunciou 10 penas de prisão efetiva, com durações compreendidas entre três e nove anos, reforçando a gravidade das ações imputadas aos arguidos envolvidos numa das maiores redes de narcotráfico desmanteladas na Região Autónoma.
10 condenados, 12 penas suspensas e 5 absolvidos: o desfecho do processo
Dos 28 arguidos que se sentaram no banco dos réus, dez vão cumprir pena de prisão efetiva, enquanto 12 receberam penas suspensas, mediante determinadas condições impostas pelo tribunal. Já cinco dos suspeitos saíram em total liberdade, tendo sido absolvidos de todas as acusações.
Este caso, amplamente investigado pelo Ministério Público ao longo dos últimos anos, envolvia alegados esquemas de introdução e distribuição de heroína e drogas sintéticas em vários pontos da Madeira, incluindo zonas urbanas do Funchal e concelhos periféricos.
Arguido em parte incerta leva tribunal a separar processo
Um dos acusados permanece em parte incerta, impossibilitando as autoridades de proceder à sua identificação e detenção. Perante esta situação irregular, e por não ter sido possível notificá-lo, o tribunal decidiu separar este arguido do processo principal, deixando o seu caso pendente até que seja localizado.
Sete detidos no início do julgamento: apenas uma arguida saiu hoje em liberdade
Entre os arguidos que iniciaram julgamento, sete encontravam-se em prisão preventiva. Uma dessas detidas, uma mulher, foi hoje libertada após a leitura do acórdão. Já os outros seis vão continuar em prisão, agora na condição de condenados.
A estes seis somam-se outros quatro arguidos que se encontravam sujeitos a medidas de coação mais leves, mas que, após a sentença, passam a cumprir pena de prisão efetiva. No total, dez pessoas deixam hoje o Tribunal Judicial da Madeira diretamente para o sistema prisional.
Impacto na Madeira e reforço no combate ao narcotráfico
Este megaprocesso, um dos maiores julgamentos de sempre ligados ao tráfico de droga na Região Autónoma da Madeira, reflete o esforço das autoridades em travar o crescimento do consumo e distribuição de substâncias ilícitas na ilha. A sentença de hoje reforça a posição do sistema judicial em combater com firmeza o narcotráfico, um fenómeno que tem tido impacto social, económico e comunitário.
As investigações que deram origem ao processo reuniram meses de vigilâncias, escutas telefónicas, apreensões e dezenas de diligências que revelaram uma rede estruturada e persistente. Segundo apurou o tribunal, a operação era composta por pequenos distribuidores e intermediários que garantiam a circulação de droga entre vários pontos estratégicos da Madeira.
Fonte: Jornal da Madeira
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