Moradores de Santa Cruz queixam-se do excesso de cães, ruído e maus odores
População apela à intervenção urgente das autoridades de saúde face ao crescente desconforto causado pelos animais de estimação que em muitos casos são mal tratados
Uma tendência que se tornou um problema coletivo
Em Santa Cruz, na Ilha da Madeira, o que começou por ser uma moda chic de ter cães para dar passeio transformou-se, para muitos moradores, num verdadeiro pesadelo. Vizinhos relatam que os latidos incessantes durante a noite e os maus odores provenientes de animais estão a afetar gravemente a qualidade de vida da comunidade.
Entre os afetados encontram-se famílias com bebés, idosos e pessoas doentes que não conseguem descansar devido ao constante barulho. “Isto virou um inferno. Já não conseguimos dormir e o cheiro nos portais é insuportável”, disse uma residente visivelmente indignada.
Animais amarrados, sem espaço e mal cuidados
Muitos dos animais de estimação vivem em condições preocupantes. Amarrados a correntes, confinados a pequenos apartamentos sem pátios ou espaços ao ar livre, estes cães acabam por desenvolver comportamentos agressivos e ansiedade, manifestando-se através de latidos constantes.
Segundo moradores, grande parte das pessoas apenas tem cães porque “está na moda”, não considerando o impacto que tal decisão pode ter nos vizinhos e, sobretudo, nos próprios animais, que acabam por viver em ambientes inadequados e, em muitos casos, sem os devidos cuidados de higiene e alimentação.
Excrementos, urina e moscas nos portais e canteiros
Apesar de algumas pessoas recolherem os dejetos sólidos dos seus animais, a urina e outros resíduos líquidos permanecem nos jardins e passeios, provocando maus cheiros persistentes, acumulação de moscas e riscos para a saúde pública. “Nem todos limpam como deviam. Cheira mal, está sempre húmido e as crianças não podem nem brincar à porta de casa”, denuncia um morador.
Apelo à intervenção das autoridades
Com a situação a agravar-se, os residentes de Santa Cruz exigem que as autoridades de saúde intervenham de forma firme e urgente. Pedem campanhas de consciencialização, fiscalização das condições em que os animais vivem e multas para quem não cumpre as regras básicas de higiene e bem-estar animal.
“Os animais não têm culpa de estarem onde estão. A culpa é dos humanos que os tratam como brinquedos ou acessórios de moda. Precisamos de regras, inspeções e respeito mútuo”, conclui um dos queixosos.
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