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sábado, 28 de junho de 2025

Visita de Sancho Gomes e Rui Abreu à Venezuela: Quem Paga e Para Quê?

O recente anúncio da deslocação do Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Sancho Gomes, e do chefe de gabinete do Presidente do Governo Regional da Madeira, Rui Abreu, à Venezuela, entre os dias 23 de junho e 2 de julho, levanta questões pertinentes sobre os custos, objetivos reais e benefícios deste tipo de visitas oficiais.

Viagem financiada pelos madeirenses?

Enquanto milhares de famílias madeirenses lutam diariamente para garantir uma vida digna, surge a questão: quem paga esta viagem? O Governo Regional justifica a deslocação como uma ação para “reforçar laços de amizade” no âmbito das celebrações do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses. No entanto, a deslocação implica despesas avultadas em bilhetes de avião, estadias, segurança, alimentação e logística.

Um país bloqueado e uma ditadura em crise

A polémica adensa-se quando se recorda que a Venezuela é, atualmente, um país com vôos comerciais limitados para Portugal e governado por um regime comunista, criticado internacionalmente por violações de direitos humanos. Ainda assim, a comitiva madeirense marcará presença em festas e desfiles organizados em clubes privados, frequentados maioritariamente por portugueses abastados e empresários madeirenses muito ricos ligados ao regime de Maduro.

Os verdadeiros madeirenses na Venezuela

Segundo o Governo Regional, a visita inclui encontros com associações madeirenses que “acolhem cidadãos em situação de vulnerabilidade”. Contudo, muitos madeirenses que regressam da Venezuela enfrentam dificuldades enormes para validar os seus estudos e exercer a sua profissão na Região. Muitos acabam por aceitar empregos precários em supermercados ou como estafetas, apesar de chegarem com diplomas e experiência profissional demonstrada.

Ajuda real ou mera cerimónia?

Em teoria, a visita tem como objetivo avaliar necessidades emergentes e reforçar o apoio ao movimento associativo da Diáspora. Mas a realidade mostra que grande parte da agenda é ocupada com encontros protocolares, jantares, desfiles e visitas a clubes privados, onde a elite luso-venezuelana, muitas vezes ligada ao regime, organiza eventos fechados e cheios de luxos, festas onde há muita abundância e riqueza.

Quanto custa tudo isto?

Até ao momento, não foi conhecido publicamente o valor total gasto nesta deslocação. Em tempos de contenção orçamental, muitos questionam se estes recursos não poderiam ser melhor aplicados em programas de integração para os milhares de madeirenses que regressam da Venezuela em busca de uma vida melhor.

Uma reflexão necessária

Enquanto os voos comerciais permanecem limitados e a crise socioeconómica na Venezuela continua a expulsar famílias inteiras, será esta visita a melhor forma de ajudar? Ou será apenas mais um ato simbólico, pago por todos nós, sem resultados concretos para os madeirenses que mais precisam?

Fica a pergunta no ar: Quantos milhares de euros custam os abraços protocolares e os brindes em salões privados enquanto cá, na Madeira, se luta diariamente por uma oportunidade digna?


Correio do Leitor - António. E.S.

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