A Estrada do Fim do Mundo fica na Ponta de São Lourenço

“Estrada do Fim do Mundo”: Caos absoluto trava acesso à Ponta de São Lourenço ao meio-dia

Um congestionamento sem precedentes transformou o caminho até à Ponta de São Lourenço num verdadeiro cenário de novela, deixando turistas e residentes presos sob o sol do Caniçal.

Ao bater do meio-dia desta terça-feira, a estrada que conduz à Ponta de São Lourenço, um dos locais mais procurados pelos turistas na Ilha da Madeira, parou. Não apenas abrandou, não apenas se congestionou, parou. Um silêncio pesado instalou-se entre os motores desligados e o olhar desconcertado dos condutores, que, impotentes, viam a fila de viaturas transformar-se numa muralha de metal e frustração.

De acordo com o relato de uma condutora o cenário era caótico e surreal: dezenas de viaturas, maioritariamente de empresas de rent-a-car, ocupavam ilegalmente os lugares e bermas da via, bloqueando quase por completo a passagem. Quem tentava seguir em frente para desfrutar da beleza selvagem da ponta mais oriental da Madeira, via-se obrigado a travar numa prisão de asfalto.

O colapso turístico

O acesso à Ponta de São Lourenço sempre foi disputado, mas, nesta terça-feira, a procura transformou-se em colapso. A cada minuto, mais turistas chegavam, confiantes de encontrar estacionamento, e deparavam-se com um labirinto impossível. Uns saíam das viaturas, incrédulos, outros tentavam manobras arriscadas que apenas agravavam a confusão.

“Era impossível avançar”, descreveu a testemunha. “Carros deixados de qualquer maneira, condutores desesperados, buzinas que ecoavam contra as rochas. Tudo parecia saído de um pesadelo urbano no coração da natureza.”

A indignação dos locais

Para os madeirenses, a situação é mais do que um transtorno, é um reflexo de uma falta de fiscalização gritante. “Não se pode permitir que uma das joias naturais da Madeira seja transformada num parque caótico de automóveis alugados”, desabafou um visitante, sublinhando a urgência de medidas que protejam tanto os visitantes como a tranquilidade da região.

Uma experiência que marca

Entre o calor intenso do meio-dia e a paisagem de carros desalinhados, muitos turistas acabaram por desistir da caminhada. Outros, com persistência, decidiram esperar, na esperança de que a estrada se desbloqueasse. Mas todos levarão consigo a mesma recordação: a de uma estrada que, por instantes, deixou de ser o caminho para o paraíso e se tornou um purgatório de impaciência.

No final, a Ponta de São Lourenço continuava lá, imponente e intocada. Mas para muitos, a beleza da paisagem ficou toldada por uma experiência que dificilmente esquecerão.