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sábado, 31 de maio de 2025

Cachalote juvenil de 8 metros encontrado morto na costa do Caniçal

Animal foi avistado na Ponta de São Lourenço, zona de difícil acesso por terra e mar. Investigadores aguardam condições para recolha de amostras.

Avistamento surpreende população e mobiliza cientistas

Um cachalote juvenil com cerca de oito metros deu à costa na passada terça-feira numa praia remota da zona norte da Ilha da Madeira, mais precisamente na Ponta de São Lourenço, no concelho de Machico. A ocorrência, que chamou a atenção de locais e autoridades científicas, permanece por resolver, uma vez que o animal ainda se encontra no calhau, sem possibilidade de ser removido devido às condições adversas do mar.

A zona em questão é inacessível por terra e o estado do mar tem dificultado o envio de embarcações para o local, o que impede, até ao momento, qualquer ação direta por parte das autoridades competentes.

Museu da Baleia acompanha situação e aguarda melhorias

Luís Freitas, biólogo marinho e responsável pelo Museu da Baleia da Madeira, confirmou a ocorrência ao Jornal da Madeira (JM) e garantiu que "logo que haja condições favoráveis, uma equipa científica será enviada para recolher as amostras possíveis".

Estas amostras são fundamentais para perceber a causa da morte do cachalote — que poderá ter resultado de doença ou impacto com embarcação. Até ao momento, a observação à distância, por binóculos, não revelou sinais evidentes de colisão, mas só uma análise mais próxima permitirá tirar conclusões definitivas.

Rede de Arrojamentos acompanha evolução do caso

A evolução do estado do animal e a sua movimentação têm sido seguidas pela equipa científica do Museu da Baleia, que coordena a RACAM – Rede de Arrojamentos de Cetáceos do Arquipélago da Madeira.

O Museu, localizado no Caniçal, é a principal entidade responsável pela monitorização e investigação destes fenómenos na região. No seu site oficial, os cidadãos podem encontrar toda a informação necessária para reportar avistamentos de golfinhos ou baleias, vivos ou mortos, em terra ou no mar.

Como agir em caso de avistamento de cetáceos na Madeira

Se avistar um cetáceo morto ou vivo, deve contactar imediatamente o Museu da Baleia da Madeira através dos seguintes números de emergência:

  • 291 961 859
  • 924 432 091 (disponível 24h por dia, incluindo fins de semana e feriados)

Ao contactar, deverá indicar:

  • Localização exata do avistamento
  • Número e tamanho dos animais
  • Espécie (se possível)
  • Estado do animal (vivo ou morto, em decomposição ou não)
  • Estado do mar e maré (cheia ou a esvaziar)

Se o animal estiver morto, os especialistas alertam para que ninguém se aproxime demasiado ou toque no corpo, pois poderá ser portador de agentes patogénicos perigosos para a saúde pública.

Encalhamentos de cetáceos: um fenómeno natural com implicações científicas

Este tipo de ocorrência, conhecido como arrojamento de cetáceos, pode ser sinal de alterações ambientais, doenças, distúrbios acústicos submarinos ou colisões com embarcações. Cada caso é uma oportunidade valiosa de estudo para os biólogos marinhos que trabalham diariamente para compreender os ecossistemas do Atlântico.

Enquanto se aguarda por uma mudança nas condições marítimas que permita a aproximação ao local, o cachalote permanece inerte na costa do Caniçal, sob vigilância remota e com grande interesse da comunidade científica e da população local.

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