PSP descobre quatro cidadãos do Bangladesh a viver ilegalmente na cave de loja no Funchal

Estabelecimento na Rua 31 de Janeiro foi encerrado por albergar trabalhadores em condições degradantes

Fiscalização da PSP revela realidade chocante em plena cidade do Funchal

Na tarde de sexta-feira, 23 de Maio, o Comando Regional da PSP da Madeira realizou uma operação de fiscalização a um estabelecimento de comércio a retalho localizado na Rua 31 de Janeiro, no centro do Funchal. A intervenção foi conduzida pelo Núcleo de Estrangeiros e Controlo de Fronteiras, com o objectivo de averiguar a legalidade da permanência de cidadãos estrangeiros no território nacional.

Durante a acção, os agentes encontraram quatro cidadãos do Bangladesh a viver na cave da loja, um espaço que, oficialmente, deveria servir apenas como armazém. As condições em que estes trabalhadores viviam foram classificadas como altamente precárias, violando flagrantemente as normas de habitabilidade e higiene exigidas por lei.

Autoridades decretam encerramento imediato do estabelecimento

Face à gravidade da situação, a PSP solicitou de imediato a intervenção da Autoridade Regional das Actividades Económicas (ARAE) e da Delegada de Saúde do Concelho do Funchal. Após inspecção no local, foi determinado o encerramento imediato e por tempo indeterminado do espaço comercial, até que sejam garantidas todas as condições legais para o seu funcionamento.

Segundo as autoridades, os quatro trabalhadores estrangeiros, embora se encontrassem em situação legal no país — detentores de Títulos de Residência válidos —, estavam sujeitos a um cenário de insalubridade extrema, sem ventilação adequada, iluminação natural ou instalações sanitárias condignas.

Realojamento dos trabalhadores e investigação em curso

Foram iniciadas diligências para o realojamento imediato dos cidadãos em condições dignas. A PSP, juntamente com os serviços de apoio social, está agora a apurar responsabilidades legais e a investigar se existem mais situações semelhantes na cidade.

Este caso levanta uma vez mais a questão da exploração laboral de imigrantes e da existência de alojamentos ilegais em zonas comerciais da Madeira, um fenómeno que tende a passar despercebido, mas que tem impactos sociais e humanos graves.

Madeira confrontada com a dura realidade do alojamento clandestino

O incidente provocou forte reacção junto da opinião pública e levanta preocupações sobre o controlo das condições de trabalho e habitabilidade de cidadãos estrangeiros na Região Autónoma da Madeira. As autoridades prometem reforçar as acções de fiscalização nos próximos meses.

Este é mais um alerta para os riscos da exploração laboral e da degradação das condições humanas em nome do lucro fácil.

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