Pressão turística descontrolada nas levadas, lixo, degradação ambiental e insatisfação dos visitantes marcam cenário preocupante
“Galinha dos ovos de ouro” sob ameaça: Governantes satisfeitos, população alerta
O fenómeno do “overtourism” na Região Autónoma da Madeira volta a ser tema de denúncia pública. Apesar dos bons indicadores económicos e das estatísticas que deixam os governantes visivelmente satisfeitos, a realidade no terreno é bem diferente.
Os cidadãos, tanto locais como visitantes, multiplicam os alertas sobre a degradação das zonas naturais. Hoje, o Funchal Notícias recebeu mais uma denúncia, desta vez com imagens da Levada das 25 Fontes, onde o excesso de turistas é mais do que evidente.
Levada das 25 Fontes: Cobranças, confusão e turistas revoltados
Segundo a denúncia da nossa leitora, devidamente identificada, a entrada pela Casa do Rabaçal é cobrada por profissionais que, apesar das condições de trabalho precárias, mantêm um profissionalismo exemplar. Contudo, há situações de evidente falta de fiscalização:
- Quem acede pelo túnel ou em horários alternativos muitas vezes não encontra ninguém a cobrar.
- A gestão de entradas é praticamente inexistente.
- Escadas em obras dificultam ainda mais a circulação.
“Todos os turistas estavam a reclamar, a dizer que se sentem enganados porque as fotos e promoção da ilha não reflectem o que se encontra! Com toda a razão!”, aponta a leitora.
Paul da Serra e Achada do Teixeira: Estacionamentos caóticos e ausência de fiscalização
O cenário descrito não se limita às 25 Fontes. No Paul da Serra, os carros de aluguer multiplicam-se sem controlo, ocupando cada recanto disponível. Os turistas manifestam insatisfação com a falta de gestão de visitantes e questionam a eficácia das taxas cobradas para controlar o acesso.
Na Achada do Teixeira, a situação repete-se: “Caótico com carros de aluguer estacionados por todo o lado”. Ainda assim, curiosamente, no topo, a afluência era mais moderada, talvez pela dificuldade de acesso ou pela dispersão dos visitantes.
Lixo, plantas danificadas e ausência total de guardas florestais
Outro ponto crítico salientado é a proliferação de lixo e a destruição de plantas endémicas, cenário cada vez mais frequente. “Não há um único guarda florestal à vista, nem que seja para impor respeito e boas práticas”, lamenta a denunciante.
A falta de presença das autoridades no terreno deixa espaço para comportamentos irresponsáveis, agravando a degradação ambiental e prejudicando a imagem da ilha junto dos visitantes.
Excesso de turistas ameaça imagem e sustentabilidade da Madeira
O impacto negativo do turismo descontrolado na Madeira é cada vez mais evidente. Se, por um lado, o turismo é a principal fonte de rendimento, por outro, a sustentabilidade ambiental e a qualidade da experiência turística estão claramente comprometidas.
Chegou o momento de se repensar a gestão do turismo na Madeira, apostando em medidas eficazes de controlo de visitantes, reforço da fiscalização e educação ambiental para preservar aquilo que nos torna únicos.
#OvertourismMadeira #TurismoSustentável #PreservarANatureza
Sem comentários:
Enviar um comentário