João Barbosa, de 48 anos, foi detido pela GNR após confessar o homicídio de Rosa Quintela, sua prima de 78 anos, com quem vivia.
Vizinhança chocada com o crime bárbaro em Barcelos
Na pacata freguesia de Cossourado, em Barcelos, o silêncio habitual deu lugar ao horror. Um homem de 48 anos, identificado como João Barbosa, conhecido na zona como "Estica", foi detido pela GNR esta quarta-feira de madrugada após confessar ter matado à paulada a própria prima, com quem vivia há quatro anos.
O crime ocorreu na residência da vítima, Rosa Quintela, de 78 anos, que tinha acolhido o primo afastado numa tentativa de lhe dar estabilidade. João Barbosa terá chegado a casa visivelmente alcoolizado, por volta das 21h30, o que despoletou mais uma discussão entre os dois.
Discussão violenta termina em homicídio brutal
Segundo relatos da vizinhança, habituada aos gritos e episódios de violência doméstica vindos da casa, foi ouvida uma discussão intensa, seguida de sons de objetos a cair. Contudo, ninguém imaginava que desta vez o desfecho seria fatal.
João agrediu violentamente Rosa com socos, pontapés e um pau, provocando a sua morte. Em vez de pedir ajuda ou fugir, o agressor deitou-se a dormir com o corpo sem vida da idosa na mesma habitação.
Apenas às 05h30 da madrugada, o homem dirigiu-se à casa de uma vizinha e, com frieza, pediu que chamasse a GNR. Quando os militares chegaram, encontraram-no com vestígios de sangue nas roupas e calçado, junto à habitação onde ocorreu o crime. Foi detido de imediato.
Antecedentes ignorados e investigação em curso
A vítima, aposentada, e o suspeito, que trabalhava esporadicamente na agricultura, já tinham sido protagonistas de outros episódios de violência doméstica, sempre desvalorizados pela idosa, que recusava apresentar queixa formal. A GNR foi chamada diversas vezes, mas sem consequências judiciais.
A Polícia Judiciária de Braga está agora a investigar o homicídio. As autoridades procuram entender os detalhes do que motivou tamanha violência e se houve premeditação por parte do suspeito.
Este crime reabre o debate sobre os perigos da violência doméstica não denunciada e a necessidade de mecanismos de proteção mais eficazes para as vítimas, especialmente as mais vulneráveis, como os idosos.
Reações da comunidade e dor entre vizinhos
A comunidade de Cossourado está em choque. Rosa Quintela era vista como uma mulher generosa, que apesar dos conflitos, insistia em ajudar o primo, acreditando na sua regeneração. A tragédia trouxe um sentimento de impotência entre os moradores, que agora questionam se poderiam ter feito mais.
Este caso junta-se a uma preocupante estatística de crimes cometidos em contexto doméstico, e reforça a importância de estar atento aos sinais de violência, mesmo quando parecem rotineiros.
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