População questiona prioridades dos investimentos em saúde na Madeira
Proposta do SESARAM está em fase de apreciação
O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) encontra-se a avaliar as propostas recebidas no âmbito de um concurso público para a aquisição de uma carrinha especial destinada à distribuição de metadona a pessoas com dependências químicas (Toxicodependentes). Esta medida, que visa reforçar as terapêuticas de substituição opiácea, está a gerar uma acesa controvérsia na opinião pública regional.
População dividida: apoio aos toxicodependentes ou investimento em lares e consultas?
O anúncio provocou indignação em vários sectores da sociedade madeirense. Muitos cidadãos questionam se os nossos impostos devem ser utilizados para beneficiar toxicodependentes enquanto há idosos à espera de camas em lares durante anos e trabalhadores que aguardam meses por uma simples consulta médica.
“Apoiar quem precisa é essencial, mas e os nossos pais e avós que morrem sem assistência adequada? E quem paga impostos e não consegue sequer ver um médico?”, desabafa um residente do Funchal nas redes sociais.
Nova carrinha será dedicada à entrega de metadona
Segundo o plano em análise, a carrinha será equipada com dispositivos médicos e segurança especializada, permitindo ao SESARAM levar a terapia de substituição com metadona diretamente aos utentes, evitando deslocações ao hospital ou centros de saúde.
Esta abordagem pretende reduzir o abandono do tratamento por parte dos dependentes e aumentar a adesão aos programas de reabilitação. Contudo, a medida surge num momento delicado, em que a crise nos cuidados continuados e a carência de recursos nos lares para idosos são assuntos que continuam sem solução.
Prioridades públicas em xeque
A controvérsia expõe um debate sensível sobre as prioridades de investimento público na Madeira. Enquanto alguns defendem que combater a toxicodependência é uma forma de proteger a sociedade no seu todo, outros argumentam que os recursos são escassos e devem ser canalizados para os mais vulneráveis, como os idosos em situação de dependência e os trabalhadores que sustentam o sistema de saúde com os seus descontos.
O SESARAM, até ao momento, não emitiu declarações públicas sobre a reacção da população, limitando-se a afirmar que a proposta será avaliada com base em critérios técnicos e de eficácia terapêutica.
Que voz tem o povo?
A decisão final sobre a aquisição da carrinha será tomada nos próximos dias. Enquanto isso, cresce o apelo da sociedade para que haja mais transparência, equilíbrio e justiça na aplicação dos recursos públicos.
Resta saber se os responsáveis políticos vão escutar a população ou manter uma política que, segundo muitos, esquece os que mais contribuíram por décadas para a sociedade madeirense.
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