Greve no Centro de Abate da Madeira arranca com exigências salariais e melhores condições
Paralisação prolonga-se até 22 de Agosto com serviços mínimos para proteger saúde pública e tradições gastronómicas
Funchal, 11 de Agosto de 2025 — Arrancou hoje a greve dos trabalhadores do CARAM - Centro de Abate da Região Autónoma da Madeira, convocada pela Delegação da Madeira do Sindicato dos Trabalhadores de Funções Públicas e Sociais. A paralisação irá prolongar-se até 22 de Agosto, com serviços mínimos decretados pelo Governo Regional para garantir a continuidade das tradições gastronómicas e evitar o abate clandestino de animais, salvaguardando a saúde pública e a protecção animal.
Reivindicações salariais no centro do protesto
Em causa está a actualização da tabela salarial, uma vez que, segundo o sindicato, “o salário mínimo da Região já consumiu três níveis remuneratórios, estando uma grande maioria dos trabalhadores a receber a Retribuição Mínima Mensal Garantida”. A estrutura sindical defende ainda:
- Alteração do subsídio de risco para 20% para todos os trabalhadores;
- Aumento do subsídio de alimentação para 10,50€ diários;
- Atribuição do subsídio de frio, medida considerada essencial devido às condições laborais específicas do sector.
Serviços mínimos para evitar riscos sanitários
O Governo Regional da Madeira sublinhou que a decisão de impor serviços mínimos visa evitar riscos como o abate informal e clandestino, que poderia colocar em causa a saúde pública e comprometer a proteção animal. As autoridades alertam para a importância de manter o funcionamento do centro, especialmente numa época de elevado consumo de carne para pratos tradicionais da Madeira.
Impacto económico e social
A greve poderá ter reflexos na cadeia de abastecimento de carne na região, afectando talhos, restaurantes e famílias que preparam pratos típicos durante este período. Apesar da garantia de serviços mínimos, existe preocupação entre comerciantes e consumidores quanto a possíveis atrasos ou limitações na oferta.
Perspectiva sindical
O Sindicato dos Trabalhadores de Funções Públicas e Sociais reafirma que a paralisação se manterá até que haja abertura negocial para atender às reivindicações, alertando que a manutenção de salários desajustados e a ausência de compensações adequadas põem em causa a motivação e o bem-estar dos trabalhadores.
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