Bombeiro agressor de Machico fica em casa com pulseira electrónica
Homem de 35 anos deixa prisão preventiva na Cancela e passa para regime de obrigação de permanência na habitação.
Decisão judicial altera medida de coacção
O bombeiro de 35 anos, detido após agredir violentamente a mulher em frente ao filho menor, em Machico, vai cumprir a medida de obrigação de permanência na habitação, com vigilância por pulseira electrónica. A decisão foi tomada esta quinta-feira pela juíza de instrução criminal, no âmbito da revisão periódica das medidas de coacção.
Apesar desta alteração, mantém-se a proibição de contactos com a mulher e o filho. A informação foi confirmada ao DIÁRIO pelo juiz presidente da Comarca da Madeira, Filipe Câmara.
Crimes de violência doméstica agravada
O arguido está indiciado da prática de dois crimes de violência doméstica agravados. O caso gerou forte indignação social, tanto na Ilha da Madeira como no restante país, após a divulgação de imagens de videovigilância que mostravam a agressão brutal em frente ao filho, de apenas 9 anos.
O episódio ocorreu cerca das 04h00 da madrugada de 24 de Agosto, na residência de um familiar da vítima. A Polícia de Segurança Pública (PSP) foi chamada ao local, identificando o agressor e prestando assistência imediata à mulher, que foi encaminhada para o Hospital Dr. Nélio Mendonça após ter sido atendida no Centro de Saúde de Machico.
Devido à gravidade das lesões, a mulher foi sujeita a uma intervenção cirúrgica.
“Estou profundamente arrependido”
Em declarações ao DIÁRIO, o homem admitiu a autoria das agressões e afirmou estar “profundamente arrependido dos seus actos”. Segundo o próprio, “na origem da agressão estiveram problemas conjugais”.
“Estamos casados há 18 anos. Vi umas mensagens e fiquei cego. Foi isso que aconteceu e peço desculpa”, disse o arguido, numa tentativa de justificar a violência.
Detenção e evolução do processo
O homem só foi detido a 26 de Agosto pela PSP e dois dias depois, em interrogatório judicial, a juíza determinou a prisão preventiva e proibição de contactos com a mulher e o filho, direta ou indiretamente.
Desde o início do processo, já se admitia a possibilidade de substituição da prisão preventiva pela medida de obrigação de permanência na habitação. No primeiro interrogatório, a magistrada ouviu os pais do arguido para avaliar as condições logísticas e de segurança para a aplicação desta medida alternativa.
Indignação social e debate sobre violência doméstica
Este caso tem reacendido o debate público sobre violência doméstica em Portugal, especialmente quando envolve crianças que testemunham agressões. A Madeira, nos últimos anos, tem registado um aumento de denúncias, e este episódio em Machico reforçou a pressão sobre o sistema judicial para garantir proteção efetiva às vítimas.
Organizações de apoio à vítima sublinham que a violência doméstica é um crime público, e que o acompanhamento psicológico da criança será fundamental para minimizar os traumas causados.
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