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terça-feira, 20 de maio de 2025

Empresa madeirense de "Cannabis Medicinal" envolvida em narcotráfico internacional

Operação “Erva Daninha” da Polícia Judiciária revela ligação direta da Região Autónoma da Madeira a uma rede criminosa transnacional que utilizava o comércio legal de canábis medicinal como fachada para tráfico ilícito de droga.

Investigação da PJ confirma uso fraudulento de empresas farmacêuticas

Uma empresa madeirense alegadamente ligada ao comércio de cannabis medicinal está no centro de uma megaoperação da Polícia Judiciária, desencadeada em vários pontos de Portugal e da Europa. A Antena 1 Madeira revelou esta manhã que a sede desta empresa, localizada na Região, foi alvo de buscas por suspeitas de envolvimento numa vasta rede criminosa dedicada ao tráfico de estupefacientes.

De acordo com fontes da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, a organização em causa adquiria empresas farmacêuticas e criava sociedades comerciais legalizadas, com licença para importar, exportar e vender canábis medicinal. Contudo, o verdadeiro objetivo era desviar grandes quantidades desta substância para mercados ilícitos europeus e africanos, recorrendo a documentação falsificada e certificados ilegais.

Madeira envolvida no escoamento de milhares de quilos de canábis

Fontes próximas da investigação garantem que a Madeira teve um papel ativo no escoamento de cannabis para o narcotráfico, numa operação que decorre desde 2022. Segundo a PJ, foram já identificados milhares de quilos desviados do circuito legal para alimentar redes criminosas que atuam principalmente junto de jovens e adolescentes, levando à proliferação do consumo e dependência de drogas.

As autoridades falam numa verdadeira máquina de branqueamento de capitais disfarçada de atividade legítima. A “canábis medicinal” funcionava como fachada para lavar dinheiro e traficar droga de forma encoberta.

Operação “Erva Daninha” com mais de 300 inspetores no terreno

A operação, com o nome de código “Erva Daninha”, contou com a participação de cerca de 300 inspetores da PJ, além de 48 peritos, 24 seguranças, seis magistrados do Ministério Público e três juízes.

No total, foram executados 64 mandados de busca e apreensão em território nacional — de norte a sul do país — e incluindo a Região Autónoma da Madeira. Para além disso, foram ainda feitas buscas em Espanha, Bulgária e Chipre.

As autoridades apreenderam documentação comprometedora, que poderá ser determinante para comprovar a ligação da empresa madeirense à rede de tráfico. Vários suspeitos foram detidos, estando agora a ser presentes a tribunal para aplicação de medidas de coação.

Canábis medicinal ou fachada criminosa?

A polémica em torno da canábis medicinal em Portugal ganha agora contornos ainda mais sérios. Críticos desta indústria já haviam alertado que muitos dos “negócios legais” servem como disfarce para atividades ilícitas. A operação agora revelada levanta questões profundas sobre o controlo e regulação do setor, e sobre os riscos de transformar a “medicina” numa porta de entrada para o tráfico de drogas pesadas.

O impacto na reputação da Madeira e o envolvimento direto da Região em práticas criminosas será certamente alvo de debate nos próximos dias, tanto a nível político como social.

A "erva daninha" que mancha a imagem da Madeira

Esta revelação lança uma sombra preocupante sobre o uso da canábis medicinal como fachada para tráfico internacional. A Madeira encontra-se agora no centro de uma investigação de proporções europeias, com implicações jurídicas e reputacionais sérias.

Aguardam-se mais desenvolvimentos nos próximos dias, com a expectativa de que a justiça traga à luz toda a verdade sobre este esquema de tráfico internacional disfarçado de negócio legal.

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