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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Menina morta foi vítima do bullying e do racismo pelos colegas da escola

ATUALIZAÇÃO : ESCOLA DESCARTA BULLYING NO CASO DA MENINA FALECIDA. SAIBA MAIS NESTE LINK


Termina a sua vida de forma trágica

Por respeito à família, nesta página não publicaremos a fotografia da menina.


Funchal, Madeira (Fonte da Notícia : Diário de Notícias da Madeira) – 1 de Maio de 2025 — Uma tragédia abalou profundamente a comunidade escolar da Escola Gonçalves Zarco, no Funchal. Uma jovem estudante, vítima de bullying constante, racismo e humilhações por parte de colegas, não suportou mais o sofrimento e tomou a decisão mais devastadora possível: pôs fim à sua vida.

O caso chocou não apenas os professores, funcionários e colegas, mas também toda a sociedade madeirense, que agora se vê obrigada a enfrentar uma dolorosa reflexão sobre os valores que transmite às novas gerações.

Racismo e bullying: uma realidade crescente em Madeira

Na Madeira não é estranho ouvir comentários discriminatórios relacionados com a cor de pele e com a forma de falar, diferente do sotaque madeirense. As zombarias diárias, a exclusão social e a indiferença perante o sofrimento tornaram-se parte da rotina escolar.

Este acontecimento levanta um sério debate: estaremos a criar uma sociedade tolerante ou a perpetuar ciclos de ódio e preconceito?

Hipocrisia social: os madeirenses também foram emigrantes

É impossível ignorar a ironia histórica que este caso expõe. Durante as décadas da guerra e da crise económica, milhares de madeirenses emigraram para países como Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, Panamá e Austrália, onde foram acolhidos com respeito, sem perder o sotaque, a identidade ou o orgulho insular.

Hoje, no entanto, os filhos e netos desses emigrantes que regressam à ilha, ou outros imigrantes que procuram uma vida melhor em solo madeirense, são muitas vezes recebidos com desconfiança, preconceito e comentários depreciativos.

O papel das famílias e da sociedade

Embora se espere que as escolas promovam o respeito e a inclusão, a educação de base começa em casa. As crianças refletem aquilo que ouvem e aprendem nos seus lares. É nas famílias que nascem os valores – ou os preconceitos – que depois se manifestam nas salas de aula.

As autoridades têm agora a responsabilidade de identificar os responsáveis diretos e indiretos deste caso. A tragédia, embora auto-infligida, foi alimentada por atitudes intolerantes e por uma cultura de silêncio.

Denunciar é um dever cívico

Este é um apelo urgente à denúncia pública de qualquer forma de racismo ou bullying em Madeira. Cada pequena manifestação de intolerância deve ser exposta. Não podemos permitir que a dor de uma criança se repita.

Se as autoridades não agirem com firmeza, caberá à sociedade civil tornar visíveis os rostos e as atitudes de quem promove o ódio, mesmo que de forma velada. Silêncio, neste contexto, é cumplicidade.

Uma ilha multicultural precisa de empatia

A Madeira, apesar de politicamente portuguesa, está geograficamente localizada em África. Esta realidade geográfica deveria inspirar maior empatia e abertura cultural. Somos uma terra de encontro, não de exclusão.

Que esta tragédia sirva de alerta e de ponto de viragem. Não podemos perder mais vidas para o preconceito.

#ContraOBullying #NãoAoRacismo #JustiçaPelaMeninaDeFunchal

8 comentários:

  1. É verdade, grande texto explicativo, que seja feita justiça.
    Misericórdia se coloquem no lugar dessa criança o tamanho do seu sofrimento e ser massacrada tirando a própria vida.
    Não é justo.

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  2. Sou millenial e ao crescer sempre fui das poucas pessoas negras na Madeira e nunca sofri esse assédio. A escola dos Barreiros nunca teve boa reputação. O bullying antigamente era restrito à escola e horário escolar. Hoje em dia é 24h por dia todos os dias devido às redes sociais. Não dá para imaginar o stress psicológico da vítima. Os bullys não têm amor nem educação em casa e nem sentem remorso do que fizeram. Vão continuar a fazer. A miúda era lindíssima, mas miúdos gozam de tudo (vestuário, calçado, aparência, família, posses, tudo).

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  3. O que seria de esperar da cultura que se observa na Madeira, de pais que pedem crédito para pagar coisas de poucas dezenas de euros enquanto os filhos passam fome. Equipam os filhos de iPhones mas não educam. Ignoram que os filhos e filhas já têm comportamentos adultos aos 12 anos. Que faltam ao respeito a qualquer pessoa. E ficamos assim, com uma juventude sem educação nem empatia que atribui valor às posses que exibem na escola. Quanto ao sotaque, nenhum pito madeirense devia implicar com sotaque, já que anda por aí a falar com sotaque abrasileirado e já nem sabe ler ou escrever!!

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  4. O bullying deveria estar previsto na lei como crime público.
    A escola, desde professores, auxiliares e colegas, ignoram estas situações desde sempre. Os pais das vítimas sempre que tentam buscar justiça junto da escola, a mesma descarta responsabilidades; os pais, perante a apatia da escola, decidi fazer justiça com as próprias mãos e são apelidados de mais e loucos por quererem enfrentar os agressores dos filhos.
    Isto não está certo. Nós, pais não deveríamos ter de desesperar por acções por parte da escola, deveríamos ter a confiança de que, se o nosso filho reclama que sofre bullying na escola, a escola toma as devidas providências e que os agressores e próprios pais serão responsabilizados. A educação vem de casa e é complementada na escola.
    Eu sou tesmunha do que o bullying faz a uma criança, eu própria sofri na escola, e por consequência faltei imenso à escola com medo e vergonha de ir à escola para não ser gozada. Os professores, auxiliares e colegas sabiam, ninguém fazia nada, só quando a minha família percebeu e se dirigiu àesolca e enfrentou os agressores, só aí a escola tomou atitudes, e isto numa fase onde um colega já havia se suicidado por bullying no ano anterior.
    O bullying precisa ser visto como um crime público, os agressores devem ser devidamente responsabilizados, caso contrário isto vai continuar a acontecer!

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  5. Acho que nas escolas devem aflorar com muita frequência que todos devem ser respeitados independentemente da cor, sotaque, credo, gosto, orientação sexual, etc. O respeito e a tolerância devem ser valores defendidos frequentemente, quer em casa, quer na escola. Infelizmente devido ao desinteresse por parte de alguns pais em educar os filhos, cabe à escola este papel. Porque também é na escola onde se deteta posturas de "bulling" por parte de alguns alunos. Por isso deve haver tolerância zero para os alunos que fazem bulling a colegas. Há que haver medidas severas. Cada um merece respeito e deve ter o direito de escolher a sua opção de vida de acordo com as normas sociais. Ser diferente, sem perturbar ninguém, merece o devido respeito e aceitação@

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    1. Isso não se aprende nas escolas, isso aprende-se em casa, com os pais. Nas escolas, aprende-se a fazer contas e a redigir redações. Os pais é que devem assumir pelo menos essa responsabilidade, não é só engendrar filhos e deixar que os professores ensinem tudo.

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    2. Para os pais ensinarem tb teriam de ser ensinados, o que parece que não aconteceu. antes de haver retornados nos anos 70, já havia pretos e outras cores na madeira, vi acontecer isso na minha escola e quase andei à porrada por causa de uma colega mulata, mas o bullying sempre aconteceu, oh porque era do campo, ou porque era pobre, não precisava de ser fora, bastava ser diferente; só que o povo é ignorante e julga os outros pela aparência e não pelo que se é, e é o que digo, a todos sem excepção 1 teste de ADN já, faria amouchar as orelhas de muita gente e de a por pensar e talvez render-se à humildade de se SER quem é, as crianças são miméticas e repetem o que vêm e não é só de casa! O papel dos professores é fundamental e sim não se pode depositar a responsabilidade nos professores, mas estes tb fazem parte da parental que uma criança recebe, familia, vizinhança, escola etc.

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  6. As pessoas da Madeira são todas misturadas, e deviam, todas sem excepção, fazer um teste de ADN, pois o que mais existiu na ilha foi escravatura e os escravos foram de todas as cores, e não é anormal na ilha que um grande percentagem tenha no seu ADN, Ibérico, Genes Norte de Africa, Nigéria, Balcãs, Melanésia, Judeus et Judeus sefarditas, que tb foram apagados da história, estão todos por aí e mais outros que foram chegando. etc. etc e etc. o povo precisa de aprender a história, porque foi mal contada, pois parece que lhes passarem uma esponja no cérebro e na história e que se lhes apagou a memória.

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