Uma jovem madeirense tornou-se viral na rede social TikTok após partilhar um episódio alarmante de assédio nas ruas do Funchal. O caso, que aconteceu na movimentada Rua 5 de Outubro, durante a madrugada, expôs uma realidade que muitas mulheres enfrentam diariamente, mas que raramente é falada abertamente na Ilha da Madeira.
Segunda-feira de medo nas ruas do Funchal
Segundo o relato da jovem, tudo começou quando foi seguida e importunada por dois homens em momentos distintos. No vídeo divulgado, é possível vê-la a pedir, em inglês, que um dos homens a deixe em paz enquanto grava tudo com o telemóvel. Apesar dos gritos, o indivíduo continuou a ofendê-la à distância, mostrando desprezo pela sua tentativa de se proteger.
@bubblesadri Fui atacada por um homem na cidade no Funchal, felizmente consegui sair da situação. No entanto, espero que saibam que a ilha da Madeira n é tão segura como parece, uns metros depois fui assediada por mais um homem, felizmente encontrei amigos e contei o que se tinha passado e ficaram de vigia à espera que eu chegasse ao meu destino. O primeiro homem é do Nepal, percebi que ele é do Nepal pois ao rever o vídeo consegui identificar insultos da língua nativa deles, o segundo é madeirense e na segunda situação apenas andei mais rápido e fiquei feliz por encontrar pessoas amigas que ficaram a vigiar a segunda situação. O segundo homem, n lhe vi a cara, ele estava escondido nos arbustos, perto de umas paragens de autocarro e apenas andei super rápido até encontrar pessoas que eu conhecia. Assédio e violência contra a mulher é uma coisa real e deveríamos ser mais conscientes do que se está a passar nas ruas da cidade. Vou a esquadra esta semana informar-me sobre métodos autodefesa e vocês também deviam.
♬ original sound - adri
Um segundo homem e o medo redobrado
O pesadelo não terminou aí. Poucos metros depois, já longe do primeiro agressor, a jovem foi novamente abordada por outro homem. “Espero que saibam que a ilha da Madeira não é tão segura como parece”, alertou num segundo vídeo. Por sorte, encontrou amigos pelo caminho, que a ajudaram a sentir-se protegida até chegar ao seu destino.
Insultos e intimidação: realidade ignorada?
A jovem diz que o primeiro homem é natural do Nepal, detalhe que percebeu ao rever as imagens e identificar insultos na língua nepalesa. Já o segundo agressor é madeirense, facto que, para ela, comprova que o problema é generalizado com todos os homens. “Já é tempo de as mulheres poderem sair à rua e serem livres”, desabafou, visivelmente revoltada.
Feminismo e crítica à indiferença
Definindo-se como feminista e contrária à direita, a jovem criticou a indiferença generalizada perante casos de importunação. No mesmo vídeo, mostrou outra situação de assédio dentro de um autocarro da Siga, onde um homem mais velho assedia uma rapariga enquanto os restantes passageiros ignoram o sucedido.
Um apelo urgente por segurança
O testemunho desta jovem está a despertar um debate necessário sobre a segurança das mulheres na Ilha da Madeira. Muitos apoiam a sua coragem por expor uma realidade que, segundo ela, é silenciada por medo ou vergonha. As suas palavras ecoam num grito que é de todas: “Queremos liberdade para caminhar nas ruas sem medo”.
Este caso reacende a discussão sobre a importância de denunciar e combater todas as formas de assédio, seja na rua ou nos transportes públicos. A jovem deixou claro que vai continuar a usar as redes para relatar situações semelhantes, na esperança de que mais mulheres se sintam encorajadas a falar.
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